sábado, 27 de fevereiro de 2010

O Gambiarra está de volta!!! 6 de março

O Projeto "Gambiarra: Espaço de experimentações artísticas" está de volta neste próximo sábado dia 06 de março a partir das 19 horas no TECESOL (Coeduc) sede do Grupo Facetas, Mutretas e Outras Histórias.

E o convidado gambiarrístico é o grupo de jovens atores e atrizes, o Grupo Janela de Teatro com o experimento Volta ao Ponto.

Confiram o cartaz de divulgação abaixo.

Beijos e até lá...



quinta-feira, 25 de fevereiro de 2010

Cortina



E a lágrima escorre e sofro
Como todo ser vivente
Mas amanhã quando o sol voltar a raiar
Quando as cortinas mais uma vez se abrirem
Terei que estar pronto novamente
Para levar o riso as almas sedentas de amor
E a fuga catártica tão necessária as nossas vidas.


*Poesia já publicada neste blog mas q me deu vontade de republicar porque gosto muito dela, escrita por mim para o dia mundial do teatro de 2009.

domingo, 21 de fevereiro de 2010

Rapidinha...


Ontem disse a um amigo triste:

"Se Precipício fosse bom, todo mundo se jogava...
Cabe a seres (aventureiros e corajosos) como nós provar desta dolorosa tarefa"

sábado, 20 de fevereiro de 2010

Estrela da Manhã


Sempre gostei muito desta poesia do poeta Pernambucano Manuel Bandeira, e talvez seja a nova a ser decorada para dar uma renovada no repertório. Apreciem e aguardem.

Estrela da Manhã

Eu quero a estrela da manhã
Onde está a estrela da manhã?
Meus amigos meus inimigos
Procurem a estrela da manhã

Ela desapareceu ia nua
Desapareceu com quem?
Procurem por toda à parte

Digam que sou um homem sem orgulho
Um homem que aceita tudo
Que me importa?
Eu quero a estrela da manhã

Três dias e três noite
Fui assassino e suicida
Ladrão, pulha, falsário

Virgem mal-sexuada
Atribuladora dos aflitos
Girafa de duas cabeças
Pecai por todos pecai com todos

Pecai com malandros
Pecai com sargentos
Pecai com fuzileiros navais
Pecai de todas as maneiras
Com os gregos e com os troianos
Com o padre e o sacristão
Com o leproso de Pouso Alto
Depois comigo

Te esperarei com mafuás novenas cavalhadas
[comerei terra e direi coisas de uma ternura tão simples
Que tu desfalecerás

Procurem por toda à parte
Pura ou degradada até a última baixeza
Eu quero a estrela da manhã.

sexta-feira, 19 de fevereiro de 2010

Fulmegância no pretérito perfeito


Depois de quase ter minha visão e meu corpo esturricados
Desta vez foi minha'alma que fez questão de pulular em fogo
um simples contato fez com que tudo em volta tomasse
um ar de incerteza

Meu corpo se demonstrou racional e firme
as pernas não titubearam
meus olhos se enrijeceram
minhas mãos não exalou uma gota de suor
(logo elas que são as primeiras a entregarem meu estado de conflito)

Mas dentro...
era tudo líquido, um cachoeira sem prumo
sem chão, esvaindo-se no universo
e quente, dilaceradora em seu rumar
e eu intacto, rígido
admiravelmente seguro de mim

mas dentro...
não existia nada que se sustentava
um terremoto sem placas tectônicas
sem atmosfera e, consequentemente, sem cores
e fora de mim nada transparecia
parecia estar em uma armadura medieval límpida e intacta

mas dentro...
um exército inteiro de bárbaros tentavam destruir
minhas paredes inalteráveis e seguras por fortes colunas de concreto armado

no ápice do encontro entre a cachoeira sem chão
do terremoto desterrado e do exército sem líderes
eu estava lá
inteiro e fumegante

Veio então a chuva
molhou-me por inteiro
porque eu me deixei ser molhado
como criança quando joga futebol e vem a chuva pra lavar o suor
como criança quando se joga na poça de lama do chão de barro
da rua da vovó

essa mesma chuva varreu exércitos, aprumou cachoeiras
e aterrou os terremotos

e aquela que me faz sonhar
esvaiu-se na chuva

ela que já me foi presente e me pareceu ser também futuro
fez questão de esconder-se da chuva, da aventura infante de sonhar
de me acompanhar neste banhar-se de vida
logo ela que sempre me pareceu tão dona de si

vi em seus olhos debaixo de uma sacada próxima
seu sentimento de fraqueza, de impotência
protegida por algo que não a sustentava
sua respiração que sempre me chamou atenção
demonstrou-se alterada
e percebi tudo isso de longe e após a chuva
em que fiz questão de lavar-me

e lavei-me...

assim, fez-se o pretérito
foi-se os sonhos
fecha-se mais um ciclo e
retorna-se ao velho de guerra

aquela que não entregou-se aos sonhos fumegantes da chuva ao meu lado

vez por outra me apareceu...

me abraçou...

e me fez sonhar.

Assim como diz um certo dramaturgo
Coloco um ponto final para que vocês não continuem lendo. Ponto.

quarta-feira, 17 de fevereiro de 2010

Uma Porrada Carnavalesca e uma Sacolejada Cultural


"Uma Porrada Carnavalesca e uma Sacolejada Cultural¹" assim descrevo as sensações sentidos no carnaval pernambucano, a destacar a euforia de samba e frevo diurna na cidade histórica de Olinda e o multiculturalismo noturno e milionário do Recife antigo.

Quase fico sem mim em uma manhã de sol abafado e de pouco vento em meio a uma multidão que cantou "Eu fico com a pureza da resposta das crianças/ É a vida, é bonita e é bonita" e me fazendo atentar em lágrimas para as palavras do mestre Gonzaguinha, como nunca havia atentado. Destaco a criatividade das fantasias o do excesso de gente se divertindo, cantando e dançando, blocos dos mais variados, as vezes até repetitivo. Um calor cinético gerado por um carnaval olindense.

Vi ainda o Zeca Pagodinho em noite em que não se conseguia nem andar no Marco Zero da capital pernambucana, vi ainda Otto, Lenine e um pouco de Jorge Benjor. Mas destaco a noite da segunda feira em que escutei os Tambores Silenciosos (pois não pude ver com tento gente disputando um vaga, preferi não me estressar e ficar em um lugarzinho calmo) e chorei e me arrepiei com os cânticos, as batucadas e orações, logo eu que sou tão cético, após isso pude ver o maravilhoso repertório do produto Pop do neosamba brasileiro, Diogo Nogueira, e o aclamado Dudu Nobre com seus sambas de muleque sambista e compositor.

Mas deixo o Show de Antonio Nóbrega como o resumo de meus quatro dias de folia, fui velho e fui menino, mas fui mais menino, estava acompanhado de um "amor-não-de-carnaval", dancei, cantei e pulei, emocionei-me como a muito não me emocionava, fervi e frevi num friviado só.

Fui também enfermeiro, ator e político, mas o que mais fui foi ser Criança, me misturei a elas e fui aluno delas também, me ensinaram a dar tesouras e a passar a sombrinha por debaixa dos joelhos, a maquiar-se e por fantasias.

Fiz questão de não vestir fantasias, apenas pus em minha cabeça, fantasiei uma vida toda e volto pra minha terra natal, cheio de ideias, sonhos, gritos e aprendizados.

Metaforizados na invasão do Bloco ACORDA em nossa varanda desconfortável após uma noite de grandes conquistas.

ACORDA!!! ACORDA!!! ACORDA!!!

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¹Sacolejada e Porrada foram palavras utilizadas por Chico Geudes e Henrique Fontes, respectivamente, a respeito do espetáculo O Bizarro Sonho de Steven, apenas apropriei-me por elas estarem muito fortes em minha cabecinha pensante

segunda-feira, 8 de fevereiro de 2010

A Menina que queria entrar na Tuba

Eu só queria ter a certeza de que eu poderia me jogar lá dentro, dar uma volta em todas suas particularidades, ouvir todos os sons graves e baixos emitidos por ela, como se eu entrasse em um tobogã sonoro e de metal, curiosa por saber as cores que tem os sons e os desenhos formados por eles.

E sair só no último sopro do músico que toca e que rege o instrumento de meu encanto.

Posse dos Diretórios do Partido dos Trabalhadores


O que diferencia o PT de outros Partidos?

Umas das coisas que me chama a atenção e que me faz ser filiado ao mesmo é o poder democrático exercido por cada filiado, internamente nas escolhas dos diretórios do partido, em âmbitos municipal, estadual e federal, e nas atuaçõe sdentro das tendências.

Vão existir aqueles que dirão que outrora resisti a filiar-me ao PT extamente por causa das tendências, mas muito mais por não entendê-las dentro desse processo de democracia interna, e que reverbera externamente, principalmente nos avanços do Governo Lula.

No último sábado fui convidado a mediar a cerimônia de Posse dos diretórios municipal (Natal) e estadual, com Fernando Lucena e Eraldo Paiva assumindo, respectivamente, as cadeiras de Presidentes destes diretórios.

Como de minha característica e aliado a Ricardo Buihú, fizemos com poesia e diversão a posse do PT, com presenças importantes para o pleito a governo do estado para as próximas eleições como Carlos Eduardo (PDT) e Iberê Ferreira (PSB), destaco a ruim oratória do primeiro e a lábia excessivamente elogiosa e cheia de interesses do segundo.

Assumo minha preferência pelo primeiro, pela sua administração frente a Prefeitura de Natal, que de longe, considero uma das melhores que nossa cidade já teve, destacando a importância da SEMPLA (Secretaria Municipal de Planejamento) dirigida pelo Partido dos Trabalhadores na Pessoa de Virginia com Secretária, instalando o Orçamento Participativo que foi enchotado em caixas vekhas e jogado em algum lixão pela atual administração da Prefeita Mircala de Sousa.

A Iberê, nos resta ter mais um Neooronel a frente do Governo do Estado, como vem sendo Vilma de Faria. Mas esperaremos as decisões a nível nacional para tomarmos nossas decisões.

De uma coisa tenho certeza, não podemos retroceder e eleger uma candidata de um partido que entra em falência a cada eleição, se afundando em corrupção e difundindo princípios neoliberais.

Que possamos olhar pra estrela e percebermos que ela está cada vez mais forte e que esse brilho façam rosas florirem em nosso estado.

Quanto a posse, parabéns ao Partido dos Trabalhadores, parabéns também pelos seus 30 anos de conquistas e avanços para o Povo Brasileiro.

Fumegância (II)


Desta vez foi meu corpo que se queimava em brasas
sem que elas existissem
Meu corpo queimava e me enchia de um prazer incontrolável
de não saber nem como chegar em casa, se é que ela passou a existir

minha pele fumegava e fazia com que meus sentidos delirassem,
fazendo do olhar um sentido secundário.

Minha pele sentiu a neve cair quando o sol jorrava rajadas de fogo
minhas pernas não sustentavam o peso tonelável de meu corpo
meu rosto não parava de disparar sorrisos e beijos ao relento
quase sem explicações

meus ouvidos transformaram-se em absolutos
escutavam o mais distante tilintar de sinos
o bater de asas dos colibris
o coração de uma criança ainda no ventre materno
e identificava a transição de cada nota musical emitida pela natureza

Senti o sabor desconhecido de amoras
da carne preparada pelos nossos ancestrais
e senti o cheiro da larva vulcânica que entranhava em minhas narinas
aumentando todo esse fumegar
senti o cheiro do perfume do poeta chileno e do comunista russo
e senti o doce cheiro de uma menina bonita e de sorriso dócil
de carinhos apertados e de poesia na voz
de olhos tesos que fitam os meus

E que aumentou ainda mais esse fumegar estranho
mais uma vez ela me apareceu
mas só que dessa vez me pareceu mais entregue
mesmo com seus conflitos, tive a breve certeza de que a tinha em minhas mãos
e mesmo parecendo que ela nunca havia sido tão minha
a dúvida se ela me apareceria novamente tornou-se maior

de súbito, a fumegância parou e minha casa apresentava-se na minha frente
todo esse fogo me trouxe a meu lar e me fez deitar e sonhar com coisas simples e dóceis...

Espero que vez ou outra essa menina me apareça...


me abrace...


e me faça sonhar...