segunda-feira, 17 de agosto de 2009

Uma em meio a um Jardim

Lembro-me de uma rosa
pronta a desabrochar
percebia-se em sua delicadeza
em seu botão ainda verde
que ela seria linda

Não me era obrigação regá-la
nem fazê-la florescer
quanta petulância a minha
se tivesse esse poder
deixei o tempo tornar-se responsável
por tal brotar

E hoje vejo-a rubra em seu bailar
cheia de espinhos
que em vez de machucar
acariciam

E hoje tive a felicidade
de comtemplá-la com mais apreço
a toquei, senti o seu cheiro
e pude comprovar o quão estava certo

Ela é linda, dócil
de boca rubra
pele morena
e olhos cor de mel

domingo, 16 de agosto de 2009

Um aspirante a Boêmio

Caminhamos juntos já faz um bom tempo
Um companheiro de longa jornada
de longas noites
regadas a doses excessivas de intorpecência

Vejo ao longo do tempo coisas amadurecerem e se esvairem
amores que se foram
cigarros que se foram
amigos que seguiram

Mas continuamos aqui
Em idas e vindas
encarando noitadas, mulheres
poesias, discussões
e muitas coisas vãs
assim como foram as noitadas, as mulheres
as poesias e as discussões

sentemos em mais uma mesa de mais algum bar
alternando entre ruas e vielas taciturnas e melancólicas
e espaços luxuosos de nossa cidade ainda pacata
comemorando diariamente nossa natalidade
como todo Poeta que se preza.

Citando Drummond, vamos de mãos dadas
continuando essa jornada de anos
indo e vindo
em meio ao odor repugnante do cigarro
de doses generosas de álcool
e de mulheres vãs e de beijos vãos
em busca de nossos desejos vãos

*a Bruno Costa, poema incidental após uma ligação de nossa amiga Jeane

segunda-feira, 10 de agosto de 2009

Rapidinha...

Gosto de mexer na merda
pra vê-la fedendo...

Poé(lí)tica

Minha poética encontra-se cansada
de tantas desmedidas políticas

Estas, por sua vez, esvaem-se na falas e nos gestos
de poetas mal pagos, mal amados e mal sonhados

Minha Política se faz em minha poética
em minha calma
em meus atos

Pois, todos os fatos são ralos
por onde escoam
as poéticas falidas