segunda-feira, 24 de maio de 2010

A desleal fábula de um Guerreiro ferido por sua espada




Com sua espada na bainha o pobre Guerreiro observa o horizonte a sua frente, em meio a um terreno devastado pela incerteza e desconfiança, capazes de derrubar báobás quatrocentenários e de feri-lo ferozmente.

De seu semblante é retirado uma lágrima de dor, rugas deixadas por rusgas entaladas na garganta e uma expressão facial de perseverança, apesar de seus escudos já desgastados.

Famoso por sua fama de empurrar sua espada em pontos vitais de dragões, retirando-lhes suas vidas para que a sua continue a ter razão de existência. A cada dragão derrubado surge um outro maior a querer lhe devorar... e o Guerreiro que numa batalha anterior teve que derrubar dois grandes drákons, devido a ausência de um outro guerreiro do mesmo vilarejo, encontrou-se cansado para outro dia de batalha, dormiu sobre sua própria lâmina e feriu-se de maneira infeliz e distraída.

A dor o fez acordar subitamente a procura de um novo Dragão, para tentar cessar o sangue que derramara sobre sua armadura encardida. Seu olhar continuou teso ao horizonte.

Gritou aos que não o ouviam: "Que venha mais um réptil cospidor de fogo, que venha mais um descuido de mim, que venha esse mar revolto que se faz vivo em meu crânio e que venham Ogros, Ciclopes, Amazonas e Cavalos Gregos"

Ele estará lá.

Firme. Sangrando. Perseverante. Leal e capaz de destronar qualquer ditador que cruze o reflexo da sua arma que um dia quase lhe matou.

2 comentários:

Wanessa Fialho disse...

Um grande guerreiro nunca desiste, não é? A função dele é justamente lutar, por si e pelos outros, mesmo ferido ou desarmado. O problema é que as vezes, tanta responsabilidade enfada, desestimula, mas quando menos se espera, lá está ele, de pé, pronto para uma nova batalha!!!
O texto ficou lindo!!!
Beijinhos de Nêssa!!!

Vampira Dea disse...

Preciso de um guerreiro assim