Eu vi em teus olhos
(que você nunca pintou)
aquilo que quiseres dizer a vida toda
Você amou cada traço que desenhou
Você amou as alegorias que enfeitaram carnavais de outrora
Você amou cada retrato feito a pulso e grafite
Cada mendigo pintado a nanquim
Amou os índios a óleo
dizimados por homens que não amaram
Amou as pinturas sacras feitas em releituras de homens profanos
Fizestes questão de amar
até o último pulsar de teu coração
as tuas maiores obras
que não foram feitas a óleo
nem a carvão
e nem pela tinta fresca do nanquim
estas foram feitas de carne humana
e lapidadas a cada carinho de pai
pincelado por ti.
O que te diferiu dos homens comuns
foi a tua capacidade de não ter sido comum
e de não entenderem tua complexidade.
No dia que todos entenderem a verdadeira matéria
da qual, nós artistas, somos feitos
a humanidade será mais doce
o amor recairá sobre todos
e os sonhos deixarão de ser devaneios tolos
de homens simples
e tornar-se-ão realidade pura e fresca
e nos deixarão atônitos
assim como nos deixam
cada tela pintada por ti.
a Jobercé Alípio Filho (Tio Beceza, Becé) in memoriam
4 comentários:
Sinceramente, ficou muito foda essa poesia primo. Painho teria gostado muito, se brincar até se emocionado, se brincar não, ele TERIA se emocionado com certeza. Cara Sei nem o que dizer pra você, ficou muito paw mesmo.
Parabens cara.
Cedric.
Rodrigo,Parabéns pela a original "Poesia" dedicada ao nosso inesquecível BECÉ.Se realmente o espiríto não morre,com certeza ele ficou muito feliz...Eu fiquei emocionada,muita autenticidade e veracidade nas suas palavras.É difícil de acreditar que ele não está mais entre nós,tenho sofrido muito...Peço a Deus que dê o descanso eterno ao nosso querido BECÉ. Agradeço a Deus por existir nesse mundo,uma Pessoa como VOCÊ!!! Meu abraço, Aparecida Góis.
A luz que nos aquece aqui vem daqueles mais especiais, dos que brilham no céu. =}
Bjos
"Somos feitos da matéria com a qual se fazem os sonhos" Disse há muito Shakespeare. Sabiamente ele deixou em seu pensamento uma profecia, a de que vivemos eternamente nos sonhos. Seu tio Jobercé postou muitos sonhos em suas obras e agora vive nelas.
Abraço, Monique Oliveira.
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