Vi coisas que não podia e quando toquei não eram o que me apresentavam
Também vi borboletas em chamas, cortando o ar em vôo rasante
Enquanto vacas afogavam-se em grandes lamaçais no asfalto.
Vi ainda um tornado de folhas amareladas que levavam ao céu
os sonhos perdidos das crianças e no meio deles havia um que deixei
na páginas amareladas do meu passado.
Vi um povo cantando na rua, de rostos pintados e carícias mútuas
vibrando com o alvorecer estranho da noite clara
Vi tudo isso e apertava minhas mãos sobre meus olhos
na esperança de entender todas aquelas coisas que me eram apresentadas
e quando de súbito, sem que menos esperasse
Eu vi a menina bonita e de sorriso dócil
de carinhos apertados e de poesia na voz
de olhos tesos fitando os meus
Parei de esfregá-los
gravei para sempre aquela imagem na minha vasta memória
até que meus olhos parassem de fumegar.
Vez ou outra a menina me aparece...
me abraça...
e me faz sonhar...
3 comentários:
Meninas, meninas... sempre a nos inspirar... BRAVO!
Meu vô França diria; "Essas meninas estão danadas!"
=)
Bjos.
Estas meninas devem estar orgulhosas de inspirá-lo a escrever coisas tão profundas e belas... Muito bom de ler... Dá até pra sentir a tal fumegância... Muito envolvente.
Parabéns meu querido!!!
Bjinhos!!!
Wanessa Fialho
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