terça-feira, 26 de janeiro de 2010

Fumegância

Meus olhos andaram meio que estranho nos últimos dias
Vi coisas que não podia e quando toquei não eram o que me apresentavam
Também vi borboletas em chamas, cortando o ar em vôo rasante
Enquanto vacas afogavam-se em grandes lamaçais no asfalto.

Vi ainda um tornado de folhas amareladas que levavam ao céu
os sonhos perdidos das crianças e no meio deles havia um que deixei
na páginas amareladas do meu passado.

Vi um povo cantando na rua, de rostos pintados e carícias mútuas
vibrando com o alvorecer estranho da noite clara

Vi tudo isso e apertava minhas mãos sobre meus olhos
na esperança de entender todas aquelas coisas que me eram apresentadas
e quando de súbito, sem que menos esperasse

Eu vi a menina bonita e de sorriso dócil
de carinhos apertados e de poesia na voz
de olhos tesos fitando os meus

Parei de esfregá-los
gravei para sempre aquela imagem na minha vasta memória
até que meus olhos parassem de fumegar.




Vez ou outra a menina me aparece...


me abraça...


e me faz sonhar...



3 comentários:

Bruno Costa disse...

Meninas, meninas... sempre a nos inspirar... BRAVO!

Anônimo disse...

Meu vô França diria; "Essas meninas estão danadas!"
=)

Bjos.

Anônimo disse...

Estas meninas devem estar orgulhosas de inspirá-lo a escrever coisas tão profundas e belas... Muito bom de ler... Dá até pra sentir a tal fumegância... Muito envolvente.
Parabéns meu querido!!!
Bjinhos!!!
Wanessa Fialho